Atrizes na faixa dos 50 e 60 anos encabeçam a luta contra o etarismo


A primeira vez em que ouvi um ‘senhora’ devia ter meus 42 anos. Tremi. Me olhei no espelho. Pensei: ‘Que diabos está acontecendo?’. A primeira vez em que um adulto me chamou de ‘tia’, tinha 50 anos. Eu ri. Quase dez anos se passaram entre uma situação e outra. Eu já fui esse adulto. Já chamei alguém de senhora em ‘respeito’. Mas, ao envelhecer, a gente percebe que quer respeito, sim, mas também ser vista como um alguém que ainda tem muito a oferecer.

O etarismo é a palavra da vez. Trocando em miúdos, no popular, significa o preconceito contra qualquer pessoa baseado em sua idade. Mas nós, mulheres, estamos no topo dessa cadeia rudimentar. É para gente que os olhares tortos são enviados. Não existe glamour em envelhecer. É uma DROGA! Acredite em mim. Principalmente quando vem precedido de chavões e clichês, como se não nos houvesse outra alternativa a não ser nos privarmos. Nos trancarmos, ficando no escuro, à margem, para que ninguém tenha que lidar com nossas rugas, osteoporose e cabelos brancos além de nós mesmas. É como se nós, as ‘tias’, não tivéssemos direito ao prazer.

Há poucos dias, duas atrizes, na casa de seus 50 anos, gatas, vieram a público dar uma cutucada em quem ainda acha que idade é fator limitador aos desejos. Falar sobre ajuda a encontrarmos nossos pares e dissuadir as próximas gerações, que, assim como a minha, acreditam que há uma cartilha de ‘não pode’ a ser obedecida quando os anos avançam. Etarismo, além de tudo, é cafona. Saber envelhecer é uma arte. E sei que eu, Carol Marques, de 51 anos e repórter desta coluna, não estou sozinha nessa. Sei que várias mulheres, famosas ou não, enfrentam todos os dias os sabores (e dissabores) do passar dos anos e lutam por um mundo em que a idade seja nada mais que um número”.

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